Coisas que Darwin não explica: o altruísmo


Como conciliar o sentimento de altruísmo com a psicologia darwinista?
Ora, não foi o ímpeto gratuito de compaixão e espírito de sacrifício, mas o traço hereditário simplesmente vital, ou seja, o desejo normal de viver e reproduzir-se de qualquer homem comum, o que se integrou no vasto oceano genético da humanidade?

Bem, segundo os “místicos” darwinistas, como o sociobiólogo E. O. Wilson, “ao beneficiar seus parentes, os atos altruístas preservam os genes altruístas, ainda que o altruísta não seja aquele que vai perpetuá-los. Por exemplo, entre a maioria dos organismos que se reproduzem sexualmente, um indivíduo partilha (em média) metade dos genes de seus irmãos e um oitavo dos genes de seus primos-irmãos. Assim, diante da opção de salvar-se sozinho ou sacrificar-se para salvar mais de dois irmãos ou mais de oito primos-irmãos, o cálculo darwiniano favorece o sacrifício altruísta; isso porque, ao executá-lo, um altruísta estará na verdade aumentando sua própria representação genética em futuras gerações” (GOULD, “Darwin e os Grandes da Vida”).

Porém, o mesmo Gould o contesta:

“A explicação de meu colega é plausível, é certo, mas dificilmente conclusiva, já que também existe uma explicação eminentemente simples e não-genética: não existem genes altruístas... Da mesma forma, sem dúvida nenhuma, existe altruísmo recíproco nas sociedades humanas, mas sua existência não é prova de base genética. Como já dizia Benjamin Franklin: "Precisamos todos permanecer juntos, ou com certeza pereceremos todos separados".

E também indaga:
"Mas o que dizer de atos altruístas em benefício de não-parentes?

Fonte:

Stephen Jay Gould. “Darwin e os Grandes Enigmas da Vida “. Editora Martins Fontes. São Paulo, 1999.

E, nm novo trabalho realizado por um tal Tim Phillips, outro "místico" darwinista, temos uma outra versão:

"Durante muitos anos, a explicação clássica para o comportamento altruísta esteve baseada nos conceitos de reciprocidade e reputação", afirma o pesquisador Tim Phillips. "Mas acho que é necessário buscar uma outra explicação."

E, como de praxe, a velha muleta adaptacionista entre em cena para brilhar no espetáculo da imaginação:

"Phillips diz acreditar que "a expansão do cérebro humano teria aumentado significativamente o custo de educar crianças". "Então, teria passado a ser importante para os nossos ancestrais escolher parceiros com disposição e capacidade para serem pais bons e comprometidos", avalia."

Fonte:BBC

No darwinismo é assim: um mito substitui o outro!

É isso!

Um comentário:

  1. "No darwinismo é assim: um mito substitui o outro!"

    Na ciência é assim. Não se trata de a idéia de Darwin estar comprovada. Se trata de ser plausível e não necessitar de Deus na explicação. É isso que incomoda.

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