Comemoraremos o centenário da morte de Wallace?

Dentro de três anos completar-se-á um século da morte de Alfred Russel Wallace, o outro “pai” da Teoria da Evolução por Seleção Natural. Como é sabido, Darwin e Wallace coincidiram seus objetivos quando propuseram ao mesmo tempo uma teoria científica idêntica, sendo ambos aceitos nos círculos acadêmicos da época como co-autores de uma só proposta; seus trabalhos foram lidos simultaneamente perante a Sociedade Linneana de Londres, em 1 de julho de 1858.

Todavia, o prestígio e a autoridade de cada um deles não foram histórica e cientificamente contrabalançados com a devida justiça ao longo dos anos. E a razão disso já é conhecida de sobra. Darwin concedeu a sua teoria um valor adicional: a certeza de que “tudo”, desde o surgimento imprevisível da vida até o aparecimento das características racionais humanas, seria explicado à luz da evolução por meio da acumulação gradual de novidades surgidas ao acaso. A Seleção Natural se transformaria, pois,
para Darwin num fator preponderante para explicar todas as manifestações relacionadas à vida no decorrer dos tempos.

Quanto a Wallace, não obstante compartilhasse com Darwin dos mesmos ideais de evolução por seleção natural, negou-se a acreditar que que vida, a mente e a consciência humana pudessem ser explicados pela exclusiva ação da matéria. Wallace defendeu durante toda sua vida um entendimento espiritualista da realidade, algo que transcendesse a visão meramente materialista amparada pelo seu conterrâneo Darwin. A explicação de Wallace pode muito bem ser designada como “criacionismo racionalista”, ou seja, a idéia de que as manifestações relacionadas à vida não podem ser estritamente reduzidas ao mundo natural, às leis físico-quimicas como as conhecemos.

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É isso!


Traduzido livremente de: “Darwin o DI?"

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